Ele não é um príncipe encantado ou um galã de
novela o filme, e também não é do tipo que esconde o que sente, na verdade, eu
percebi que estava tão envolvida com ele que já não tinha mais forças para
sair. Eu ia para a Igreja, voltava para casa, ia para a faculdade, eu poderia
ir até para a China que os meus sentimentos por ele permaneciam cada vez mais
forte, eu poderia dizer que é paixão ou coisa da carne só que o que eu sentia
por ele não era só uma vontade de o agarrar e fazer algo mais, não era isso, era
um desejo de estar sempre perto, nem que seja apenas o olhando, observando, sei
lá, acho que as vezes os nossos sentimentos nos surpreende, as vezes ele nos
leva para bem longe da presença de Deus. Não sei como dizer, minha vida me
levou para um caminho em que as coisas são mais difíceis, estou longe da minha
família, estou longe dos meus amigos, estou longe do meu antigo mundo, ah
também estou longe da minha Igreja, estou muito longe.
Tudo começou no segundo semestre do ano de
2005, uma jovem que se chamava Débora foi tirar umas férias em uma pequena
cidade no interior, sua família a levou para descansar das aulas que haviam
sido muito complicadas, estudante do segundo semestre de letras, amava ler
livros e escrever estórias infantis, em seu computador havia mais de trezentas
escritas. Débora era filha de um homem simples que era pedreiro e sua mãe, dona
de casa. Não era uma filha rebelde mais fazia tudo para os agradar, era o tipo
que se sua mãe ou seu pai olhassem para ela com uma cara não muito agradável
abaixava a cabeça e ficava quieta no canto, na escola sempre tirava boas notas,
na Igreja era tímida porém não deixava de conversar com as outras garotas em
vez e quando.
- Débora já está na hora de se arrumar para o
culto, desligue seu computador.
- Já vou mãe, tenho que salvar umas alterações
que fiz no meu perfil do Orkut.
- Ok, só não demore muito, não quero chegar
atrasada.
Desligou o computador, escolheu sua roupa,
tomou um banho, se arrumou e foi com seus pais para a Igreja, como fazia
sempre, se ajoelhava e orava a Deus agradecendo pelo dia e por tudo o que havia
passado. Quando olhou para a frente percebeu um jovem diferente. “Ele é novo
aqui, de onde veio? Quem é?” logo percebeu que seus pensamentos eram ligeiros
demais, voltou a prestar atenção no culto. Quando acabou, estava quieta
encarando aquele novo rapaz, ele veio e me cumprimentou. Dias se passaram e foi
a mesma coisa até que em um domingo ele chegou em mim e me disse o que estava
sentindo, mal pude acreditar, logo estávamos namorando. Ele se chamava Douglas
e veio na Igreja por acaso aquele dia, estava enfrentando problemas com seus
pais e não queria ir na Igreja que eles frequentam e por isso havia decidido ir
em outra, só que me conheceu e se apaixonou por mim assim como eu por ele. Nos
casamos e estávamos hoje na mesma Igreja, a nossa filha tem dois meses e se
chama Vitória, a gente vive como dois cúmplices do mesmo amor. Deus nos
levantou na obra, meu esposo é Diácono e eu Diaconisa, a gente fomos feitos um
para o outro.
No começo foi difícil, a gente se desentendia e
as vezes eu chorava achando que tudo iria acabar só que depois de um tempo me
aproximei de Deus e ele também, então os desentendimentos com os familiares
acabou, as discussões também, hoje estamos aqui, juntos e com Deus.